Exportando saúde e versatilidade culinária em cada raiz.
Nome científico: Zingiber officinale Roscoe.
Família: Zingiberaceae.
Nomes populares: Mangarataia, mangaratiá, gengivre.
Origem: Ásia Tropical.
O gengibre é mais do que uma simples raiz; é um tesouro da natureza que aquece corpos, acalma almas e conecta culturas. Desde os mercados vibrantes da Ásia até as cozinhas modernas do Ocidente, o gengibre tem sido um companheiro fiel da humanidade, seja como tempero, remédio ou símbolo de hospitalidade. Seu sabor picante e aroma inconfundível conquistaram paladares e corações ao longo dos séculos, enquanto suas propriedades medicinais continuam a surpreender a ciência moderna. Vamos explorar a jornada fascinante dessa raiz, desde suas origens até seus usos atuais.
O gengibre (Zingiber officinale) é nativo do sudeste asiático, onde era cultivado há mais de 3.000 anos. Na antiga China e na Índia, ele já era valorizado não apenas como tempero, mas também como remédio. Os chineses o usavam para tratar problemas digestivos, enquanto os indianos o incluíam em práticas ayurvédicas para equilibrar o corpo e a mente. Com o tempo, o gengibre viajou pelo mundo através das rotas comerciais, chegando à Europa durante o Império Romano e, mais tarde, às Américas durante as grandes navegações. Hoje, países como Índia, China, Nigéria e Jamaica são alguns dos maiores produtores globais.
O gengibre é uma fonte rica de compostos bioativos, como o gingerol, responsável por seu sabor picante e suas propriedades anti-inflamatórias e antioxidantes. Além disso, ele contém:
Vitaminas: B6 (importante para o metabolismo) e C (que fortalece o sistema imunológico);
Minerais: Magnésio (essencial para os músculos e nervos) e potássio (que regula a pressão arterial);
Fibras: Ajudam na digestão e promovem a saúde intestinal.
Essa combinação única de nutrientes faz do gengibre um aliado poderoso para a saúde, capaz de aliviar náuseas, reduzir dores musculares e até mesmo combater inflamações crônicas.
O gengibre é cultivado em solos bem drenados e climas tropicais ou subtropicais. Ele se propaga através de rizomas (partes da raiz), que são plantados em canteiros ou vasos. Após 8 a 10 meses, as raízes estão prontas para a colheita. O processo de extração envolve a lavagem, secagem e, em alguns casos, a transformação em pó ou óleo essencial. No entanto, o cultivo do gengibre não está livre de desafios, como pragas e doenças que podem afetar a produtividade.
Culinária: O gengibre é um ingrediente versátil, usado em chás, pratos asiáticos, doces e bebidas como o ginger ale. Seu sabor picante e aroma refrescante transformam qualquer receita;
Medicina: Na medicina tradicional, o gengibre é usado para tratar náuseas, dores de estômago e resfriados. Estudos modernos confirmam sua eficácia no alívio de enjoos e inflamações;
Indústria: O óleo essencial de gengibre é amplamente utilizado em cosméticos e aromaterapia, graças ao seu aroma revigorante e propriedades terapêuticas.
O gengibre é uma cultura importante para pequenos agricultores em países tropicais, oferecendo uma fonte de renda estável e sustentável. Além disso, sua exportação como especiaria e matéria-prima para indústrias farmacêuticas e cosméticas movimenta milhões de dólares anualmente. No entanto, o cultivo enfrenta desafios, como a competição com produtos sintéticos e a necessidade de práticas agrícolas mais sustentáveis.
O gengibre é um presente da natureza que continua a surpreender pela sua versatilidade e benefícios. Seja em um chá quente em um dia frio, em um prato exótico ou em um remédio caseiro, ele nos lembra da conexão entre a terra e o nosso bem-estar. À medida que a ciência descobre novas aplicações para essa raiz milenar, seu papel na saúde e na cultura só tende a crescer.
Há diversas variedades de gengibre popularmente conhecidas: branca, azul e amarela. Adapta-se bem em climas tropical e subtropical, mas tem se adaptado também em regiões mais frias. Desenvolve-se bem em terrenos arenosos, leves, bem drenados e férteis. Contudo não deve ser cultivado seguidamente no mesmo lugar, pois sofre queda acentuada de produção.
O gengibre comercialmente além de ser usado para remédio, é usado como condimento no preparo de bebidas (quentão de festas juninas) e perfumaria.
Usos: É indicado em casos de cólicas, dores de garganta, resfriados, náusea e enjoos em geral, gripe, bronquite, rouquidão, asma, reumatismo.
Formas de uso: Decocção, infusão, pó, extrato fluído, tintura, xarope e alcoolato.
Fonte: BLANCO, M.C.G. Cultivo comunitário de plantas medicinais. Campinas:
CATI, 2000. 36p. il. 21,5cm. (Instrução Prática, 267).
DI STASI l. C.; SANTOS, E.M.G.; SANTOS, C.M. dos; HIRUMA, C.A. Plantas medicinais na Amazônia. São Paulo: Editora Universidade Paulista. 1989. 193p.
PINTO, J.E. B.P.; SANTIAGO, E.J.A. de. Compêndio de plantas medicinais. Lavras: UFLA/FAEPE, 2000. 205 p.
VIEIRA, L.S. Fitoterapia da Amazônia: Manual de Plantas Medicinais (a Farmácia de Deus). 2. ed. São Paulo: Agronômica Ceres, 1992. 347p.
Nutriente (por 100g) | Gengibre (Cru) | Mandioca (Cozida) |
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Calorias | 80 kcal | 160 kcal |
Carboidratos | 18 g | 38 g |
Proteínas | 1,8 g | 1,4 g |
Gorduras | 0,8 g | 0,3 g |
Fibras | 2 g | 1,8 g |
Vitamina C | 5 mg | 20 mg |
Cálcio | 16 mg | 16 mg |
Magnésio | 43 mg | 21 mg |
Potássio | 415 mg | 271 mg |