Conclusão das negociações foi anunciada ontem (2) na Argentina. Tratado poderá ser assinado ainda em 2025
Da Redação (*)
Brasília – Em continuidade ao diálogo com o setor privado sobre a agenda de negociação comercial, representantes do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC), do Ministério das Relações Exteriores (MRE) e do Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) apresentaram, nesta quinta-feira (3/7), os principais resultados do Acordo de Livre Comércio entre o Mercosul e a Associação Europeia de Livre Comércio (EFTA).
A reunião, realizada no âmbito da Coalizão Empresarial Brasileira (CEB), da Confederação Nacional da Indústria (CNI) e estendida aos demais segmentos produtivos, teve como foco a apresentação dos termos finais do acordo e o esclarecimento de dúvidas do setor privado. O anúncio do Acordo foi feito na quarta-feira (2) na Argentina, por ocasião da 66ª Cúpula do Mercosul.
Com o Acordo, será criado uma zona de livre comércio que abrange um mercado de aproximadamente 290 milhões de pessoas e um PIB combinado superior a US$ 4,3 trilhões. Com sua entrada em vigor, o livre comércio de produtos brasileiros – considerando os setores agrícolas e industrial – aos mercados da EFTA, que reúne Suíça, Noruega, Islândia e Liechtenstein, chegará a quase 99% do valor exportado.
Tatiana Prazeres vê maior expansão da rede de acordos comerciais
Segundo a secretária de Comércio Exterior, Tatiana Prazeres, a nova parceria, somada aos acordos concluídos com Singapura (2023) e União Europeia (2024), representa a maior expansão da rede de acordos comerciais da história do Brasil. “Com a conclusão do EFTA, a corrente de comércio brasileira coberta por acordos de livre comércio aumenta em 2,5 vezes em relação ao cenário anterior a 2023. Trata-se de um salto significativo na nossa inserção internacional”, destaca.
O acordo Mercosul-EFTA tem uma estrutura abrangente, que inclui capítulos sobre: comércio de bens e de serviços, investimentos, direitos de propriedade intelectual, compras públicas, concorrência, regras de origem, defesa comercial, medidas sanitárias e fitossanitárias, barreiras técnicas, questões legais e horizontais e solução de controvérsias. Tem ainda um capítulo sobre comércio e desenvolvimento sustentável.
Indústria considera acordo “passo estratégico”
A indústria também celebrou a conclusão das negociações. Para a CNI, o acordo Mercosul -EFTA representa um “passo estratégico” na agenda de integração do Brasil ao comércio internacional.
A entidade destaca, em nota, que a exportação para a EFTA traz retorno econômico vantajoso ao Brasil. Em 2024, a cada R$ 1 bilhão exportado do Brasil para o bloco europeu resultou em 19,8 mil empregos, R$ 448,7 milhões em massa salarial e R$ 3,4 bilhões em produção.
Para a Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), acordos comerciais como esse, entre Mercosul e EFTA, “quando minuciosamente negociados e contando com a participação do setor empresarial e da sociedade civil, são a melhor maneira de inserir o Brasil no mundo, aumentar o comércio, atrair investimentos e gerar empregos de qualidade”.
(*) Com informações do MDIC
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