1. 📊 Introdução:
O Brasil encerrou agosto de 2025 com um superávit comercial de US$ 6,133 bilhões, resultado 35,8% superior ao mesmo período do ano passado. O desempenho foi impulsionado principalmente pelo agronegócio e pela indústria extrativa, que compensaram a queda expressiva nas exportações para os Estados Unidos, impactadas pelo tarifaço de 50% imposto pelo governo Donald Trump.
🔹 Exportações totais: US$ 29,8 bilhões (+3,9%)
🔹 Agropecuária: US$ 6,6 bilhões (+8,3%)
🔹 Indústria extrativa: US$ 7,2 bilhões (+11,3%)
🔹 Indústria de transformação: -0,9%
🔹 Importações: US$ 23,7 bilhões (-2%)
2. 📉 Relações com os EUA em queda
As vendas brasileiras para os Estados Unidos recuaram 18,5%, totalizando apenas US$ 2,76 bilhões e gerando um déficit bilateral de US$ 1,23 bilhão no mês. Produtos como minério de ferro, açúcar (-88%) e aeronaves (-84,9%) foram os mais afetados.
3. 📈 China puxa crescimento
Por outro lado, a China se consolidou como principal destino das exportações brasileiras. Em agosto, as vendas para o país cresceram quase 30%, com destaque para soja, milho, carnes e ouro, garantindo superávit de US$ 4,06 bilhões. A Argentina também surpreendeu, registrando aumento de 40,4% nas importações de produtos brasileiros.
4. 📌 Panorama anual
De janeiro a agosto, o Brasil acumula superávit de US$ 42,8 bilhões, com corrente de comércio de US$ 412,3 bilhões. O saldo reforça a resiliência do comércio exterior, mas também alerta para a dependência de poucos mercados estratégicos.
5. 🧐 Reflexão estratégica
O resultado confirma o agro e a indústria extrativa como pilares da economia nacional, mas expõe nossa vulnerabilidade a medidas externas. Para avançar, o Brasil precisa:
Diversificar mercados — aprofundando laços com Ásia, América Latina e União Europeia.
Agregar valor às exportações — reduzindo a dependência de commodities e ampliando a presença de produtos processados no mercado internacional.
O superávit de agosto é uma vitória, mas deve ser visto como ponto de partida para uma estratégia de longo prazo. Mais do que resistir a choques externos, o Brasil precisa de visão estratégica, coragem política e protagonismo nas negociações globais.
✍️ Miguel Daoud
Comentarista de Economia e Política – Canal Rural
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