Os dados estão disponíveis no Radar Agro, relatório divulgado pela Consultoria Agro do Itaú BBA
Da Redação (*)
Brasília – A tarifa de 50% anunciada na última quarta-feira (9) pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, sobre produtos brasileiros é a mais alta entre as novas taxas divulgadas até o momento. De acordo com análise do Itaú BBA, a medida pode comprometer significativamente a competitividade das exportações brasileiras, com risco de inviabilizar os negócios com o mercado americano, a depender dos desdobramentos e das negociações que venham a ocorrer.
Entre as commodities mais impactadas estão café, celulose, suco de laranja e carne bovina — itens de grande relevância na pauta exportadora brasileira. Caso a nova alíquota de 50% seja mantida e somada a tarifas já existentes, como os 26,4% que incidem sobre a carne bovina e os 10% sobre café e suco de laranja (que podem chegar a 60%), o impacto no setor agroexportador pode ser expressivo. Produtos como ovos e pescados, de menor representatividade, mas com presença relevante no mercado americano, também podem ser afetados.
Reflexos no câmbio
O cenário pode ter reflexos no câmbio. Segundo o banco, dependendo da condução das negociações, o real pode se enfraquecer, o que traria efeitos para o agronegócio. Por um lado, a desvalorização da moeda brasileira tende a aumentar a competitividade dos produtos no mercado internacional e melhorar a precificação em reais para o produtor. Isso pode estimular as vendas de grãos, como soja e milho, além de favorecer as exportações, em especial para o milho, que pode ganhar força nos embarques.
Por outro lado, o dólar mais alto pressiona os custos de produção. Como boa parte dos insumos agrícolas é importada, defensivos e fertilizantes ficam mais caros para os produtores. No caso específico dos fertilizantes, que já operam em níveis elevados, o efeito pode ser uma deterioração ainda maior na relação de troca com os grãos, reduzindo o poder de compra do produtor rural.
(*) Com informações do Banco Itaú
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